Major Christian Goldoni traz detalhes do terror vivido por uma família que chocou o Paraná, e o desfecho positivo que é emocionante.
Era abril de 1995, e de repente, uma família de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, se vê na mira de três sequestradores perigosos e fortemente armados. Para deixar a situação ainda mais dramática, entre as vítimas, mulheres e crianças, inclusive um bebê.
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Tão logo foi comunicada, as forças de segurança foram para o local e, durante uma semana, cerca de 123 horas, houve várias tentativas de negociação, mas os bandidos se recusavam a se render. A cada hora, a cada dia que passava, a situação se tornava ainda mais tensa, tanto que os criminosos avisaram que matariam o bebê às 8h da manhã daquele 29 de abril de 1995.
Durante o todo o período do sequestro, as forças de segurança não pararam, usaram toda tática disponível, treinamentos e dispositivos na visando dar fim ao sequestro, inclusive, a construção de mini maquete e também outra em tamanho real, e no mesmo modelo da residência invadida, na qual realizaram treinamentos de invasão e resgate das vítimas, as quais eram sete.
Diante do eminente ataque à vida do bebê, por conta da promessa feita pelos sequestradores e, possivelmente, a morte de outras vítimas, não restou outra solução. O governador autorizo e o secretário de Segurança na época deu a ordem, a qual era explícita; mesmo que custasse a vida de policiais, a missão era invadir a casa e resgatar cada inocente que ali estava sob a mira das armas dos bandidos.
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POLICIAIS DEIXAM CARTAS ESCRITAS A SEUS FAMILIARES
Mesmo bem treinados, preparados e com o “sangue nos olhos” na defesa da vida de inocentes, mas sabendo dos riscos da operação, policiais escreveram cartas de despedidas e deixaram para serem entregues às suas famílias, pois sabiam que estariam colocando suas vidas em risco para salvar aquela família. Antes de iniciarmos a entrevista, Major Goldoni nos disse que o combinado entre os policiais era “mesmo que a munição acabasse, lá dentro, não vamos desistir, se precisar, vamos pegar esses bandidos à unha e vamos libertar esta família”.
Felizmente, a operação que contou equipes como a do GOE da PMPR, de Cascavel, comandada por Goldoni, do COE da PMPR, do Grupo Tigre da PCPR, outros policiais militares e policiais civis, e Corpo de Bombeiros da região terminou após uma semana. Em uma rápida ação, na manhã de 29 de abril de 1995, que durou cerca de 40 segundo, com dezenas de disparos de arma de fogo, cerca de 25 policiais invadiram a residência, neutralizaram os sequestradores e libertaram a família.
Assim chegava ao fim o drama, não só de uma família rondonense, mas da cidade e região de MCR, mas de todo o Paraná que, por meio da televisão, como a RPCTV, que todos os dias trazia, dia e noite trazia a cobertura jornalistica completa sobre o que ocorria naquele local.
Ao final da operação, a população aplaudia de pé os policiais onde quer que estes passavam pelas ruas de MRC, inclusive, em Curitiba, na chegada dos integrantes do Grupo Tigre. O Major Goldoni nos disse que, 30 anos depois, ele ainda mantém contato com a família sequestrada em MCR.
Uma história triste, mas que mostrou que a população do Paraná sempre pode contar com a força do Estado, por conta dos bravos e honrados policiais que colocam suas vidas em risco para salvar inocentes vítimas de criminosos.
Após uma carreira irretocável na Polícia Militar do Paraná, Major Christian Goldone, atualmente na reserva, é hoje, secretário de Segurança Pública de Assis Chateaubriand.
Foto/Imagens/Entrevista com Goldoni: Mauro Pretoriano – Imagens da ação policial em 1995: RPCTV